quarta-feira, 31 de março de 2010

Então quer dizer que eu sou burro?

Estou desempregado. Desde o primeiro dia de dezembro de 2009 eu não tenho trabalho. Amanhã eu completo quatro meses nessa situação. E hoje uma vaga que vi me deixou realmente chateado. Antigamente uma pessoa que não tinha o colegial (hoje chamado de ensino médio) não conseguia trabalho. Depois não bastava estudar até os 17 anos, você precisava de um curso técnico ou de uma faculdade.

Agora vivemos o maior dos absurdos. Veja essa vaga para jornalista recém-formado que eu achei hoje:


SP – Jornalista
Formado em uma das seguintes universidades/ faculdades: ECA-USP; UNESP; PUC; METODISTA; CÁSPER LÍBERO, MACKENZIE ou Universidades Federais
Horário: de segunda a sexta das 06h às 11h Um plantão mensal – sábado e domingo – das 7h30 às 11h30
Tarefas:
- clipping eletrônico
- pesquisa na internet
- inserção de materias em bancos de dados
- atualização de website

Quer dizer que eu e todos os outros jornalistas recém-formados que não estudaram nas faculdades citadas não somos capazes de fazer clipping, pesquisa na internet, inserção de matérias em banco de dados e atualizar um site? Eu não sabia que a Uniban formava analfabetos.

Fico muito decepcionado em saber que agora não basta ter o diploma de ensino superior, você tem que ter um diploma de determinada instituição, pois essa faculdade que você fez é uma porcaria, logo você também é uma porcaria. Isso é um preconceito idiota. Tenho certeza que sou mais capaz que muitos que frequentaram essas universidades, assim como existem pessoas mais capazes que eu que se formaram na minha turma.

O que eu não consigo entender é porque eu sou descartado simplesmente por não ter feito USP? Eu entrei na faculdade com uma bolsa do Pró-Uni, coisa que hoje quase todo aluno da rede pública tenta e não consegue. Mas mesmo assim havia pessoas melhores do que eu que tinham bolsa de 50%, ou que sequer tinham conseguido o desconto na mensalidade. Uma prova não determina quem é mais inteligente, ou tem mais cultura.

Quando trabalhava no Guia de Cidades do Terra vi muitos estudantes de diversar faculdades tentando uma vaga de estágio lá. E não via diferenças entre um estudante do Mackenzie para um da Uniban, pelo contrário, o quadro contava com dois estudantes da UMC, dois do Mackenzie, quatro da Uniban e três da São Judas, todos praticamente no mesmo nível no que diz respeito à qualidade do texto, claro com diferenças de acordo com o ano que a pessoas cursava do curso.

Eu mesmo venci um concurso da Rádio Cultura concorrendo com todas as faculdades de São Paulo. Tomara que empresas como essa que procurava um jornalista sejam exceções, porque se já não bastasse o Supremo dizer que não precisa do diploma para ser jornalista, agora as empresas jornalísticas dizem que a minha graduação não tem o mesmo valor de outras.

terça-feira, 30 de março de 2010

Só treinando...

Um atleta costuma treinar todos os dias. Ele precisa manter o condicionamento físico para conseguir manter o alto nível em competição. Mesmo quando está sem emprego ou de férias, a maioria dos jogadores de futebol, vôlei, basquete, tênis, seja lá o que for, procura cuidar da alimentação e praticar exercícios de maneira mais leve para não perder a forma.

É isso que eu estou fazendo agora. Não tem nenhum assunto que realmente me empolgue o suficiente para escrever já tem uns dias, então decidi escrever sobre nada, justamente porque eu preciso escrever, tenho que manter a forma. Como dois parágrafos ainda são pouco vou tentar escrever um pouco mais.

Pensei em escrever sobre diversas coisas, porém nada saía, todo os dias eu tentei alguma coisa e não consegui mais de cinco linhas. Queria externar minha insatisfação com a euxastiva cobertura do julgamento do casal Nardoni, mas estava tão de saco cheio disso que não queria nem escrever.

Depois pensei na situação do Palmeiras, meu time de coração, mas estou tão revoltado com a inércia dos jogadores que o máximo que consegui foi um punhado de reclamações sem sentido. Então fui deixando pra lá. Eu já tinha definido que tinha que escrever alguma coisa, então aí está. 1385 caracteres falando sobre a total e completa falta de inspiração. Ainda bem que estou desempregado, já imaginou se estivesse nessa seca dentro de uma redação?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Futebol, essa boa e velha caixinha de surpresas

A 16ª rodada do Paulistão foi marcada por maus resultados dos três grandes da capital. O Corinthians perdeu em Barueri para o Paulista, o São Paulo foi a Bragança Paulista e perdeu do time da casa e o Palmeiras empatou com o lanterna do campeonato, o Rio Branco, em Araraquara. No sul do país, o badalado Internacional apanhou do modesto e desconhecido São José. O Vasco deu força ao movimento com a derrota para o Americano em São Januário. Outros resultados inesperados aconteceram pelo Brasil.

E talvez seja isso que torna o futebol um esporte tão apaixonante. Como conviver com uma disputa em que o melhor não vence? Ou ninguém se lembra da Copa do Mundo de 1982? Do Brasileiro de 1995? Da Libertadores de 2003, entre tantos outros campeonatos vencidos por uma equipe inferior ao adversário.

Eu mesmo tenho fascinação em torcer para o pior time. Nada melhor que assistir Zenit X Manchester United, pela Supercopa da Europa, e comemorar a inesperada e inexplicável vitória do time russo sobre a mais poderosa agremiação do mundo. Acho que esse sentimento de que tudo pode acontecer é o que move um torcedor ao estádio. A velha máxima o jogo só acaba quando termina é inacreditavelmente real. Ou você não lembra de nenhuma grande virada do seu time?

Ainda está fresco na minha memória o jogo entre Palmeiras e Flamengo na Copa do Brasil de 1999. Aos 32 minutos do segundo tempo o Verdão ainda precisava de três gols para conseguir a classificação. Aos 45 eram necessários dois. E mesmo assim, com dois gols de Euller a equipe paulista se classificou (não lembra? veja aqui).

Por isso, mesmo os resultados desagradáveis, e ultimamente têm sido vários, me fazem continuar um fervoroso admirador desse esporte, e vou utilizar novamente esse jargão, que é uma caixinha de surpresas.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O dia que o Furlan perdeu a máscara

Me formei em jornalismo no ano passado. Assim como todos os estudantes tive que fazer um TCC, Trabalho de Conclusão de Curso. O meu era um site de notícias para a cidade de Barueri. Eu e meus três colegas de grupo fizemos uma semana de cobertura jornalística na cidade.

Além disso fizemos pesquisa na cidade, conhecemos todos os bairros, andamos bastante por lá, entrevistamos pessoas. E ficamos admirados com o município. Tudo muito organizado, as escolas muito bonitas, os postos de saúde limpos, a população satisfeita com a prefeitura. Realmente ficamos com inveja daquela próspera cidade a oeste de São Paulo.


Aí na última segunda-feira o CQC, programa da TV Bandeirantes, exibe reportagem que mostra o desvio de uma televisão doada para a casa de um funcionário da prefeitura. Quem não assistiu ainda é só colocar "CQC Barueri" no Youtube que acha, não coloco os links aqui porque são vários. O caso é que ao saber da matéria, o prefeito Rubens Furlan entrou na justiça para proibir a sua veiculação. E conseguiu por uma semana.

Por causa disso, Danilo Gentilli foi até Barueri novamente para conversar com Furlan e saber qual a causa daquela censura. E foi aí que eu fiquei surpreso. Sem o menor pudor o prefeito começou a ofender os integrantes do programa, falar que tudo aquilo era idiotice, que eles eram babacas, entre outras coisas. Sinceramente não esperava uma reação dessas por parte dele.

Ficou claro que o desvio foi feito já na escola que recebeu a doação. Nem mesmo o secretário de ensino, irmão do prefeito, poderia saber o que aconteceu. Mas no lugar de conversar pacificamente, o chefe do executivo barueriense perdeu a linha e deu a entender que tivesse relação com o caso, sem falar que ficou parecendo que o que ocorreu é normal e não havia motivos para reclamar.

Triste ver como até mesmo em uma cidade que me surpreendeu pela aparente boa administração, casos como esse sejam comuns.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Messi, Rooney e outros fantasmas

A Copa do Mundo está chegando. E como eu gosto muito de futebol, fico cada vez mais ansioso. Os campeonatos europeus estão chegando ao fim, as seleções em breve já estarão convocadas. Minhas atenções estão voltadas aos jogadores que devem ser os destaques do torneio.

Sem dúvida o argentino Lionel Messi é um deles. Nos últimos três jogos fez oito gols, sendo pelo menos quatro golaços. O meia do Barcelona é o principal artilheiro da temporada na Europa, com 34 gols. Na última quarta estava vendo o jogo do Barça quando o Messi fez um dos gols e o Renato falou: ele faz gol de videogame. É verdade, a facilidade que ele tem para driblar adversários, chutar em gol e marcar é impressionante. É um dos que me fazem acreditar que a Copa do Mundo vai ser difícil para o Brasil.



Outro que vem impressionando é o atacante Wayne Rooney, do Manchester United. Está atrás apenas de Messi na artilharia da temporada, fez 33 gols, e tem sido tão decisivo quanto Cristiano Ronaldo era para os Diabos Vermelhos. É verdade que o Brasil venceu a Inglaterra recentemente sem muitos sustos, mas não acredito que na África do Sul será do mesmo jeito.

O mais assustador é que olho para o Brasil e só quem vive boa fase são os jogadores de defesa. Júlio César, Lúcio, Daniel Alves. Os principais nomes estão meio apagados. Kaká está em baixa, Luís Fabiano voltando de contusão, o Robinho precisou voltar ao Brasil para poder jogar, o Adriano teve uma recaída e o Ronaldinho Gaúcho, o único que vem fazendo boas atuações, não é convocado pelo Dunga.



Só o que me tranquiliza é que a camisa amarela quando entra no Mundial funciona como aquela água que o Michael Jordan dá para os Looney Toones no filme Space Jam. Os brasileiros acham o seu melhor futebol e fica difícil segurar. Faltam 80 dias para a Copa do Mundo!!!

sábado, 20 de março de 2010

Greve? Eu chamo de vadiagem

Ontem o sindicato dos professores da rede pública do Estado de São Paulo promoveu um ato público na Avenida Paulista. O objetivo era fazer uma assembleia para definir se a greve continua. E ela vai prosseguir, mesmo com os grevistas sabendo que já tiveram o aumento pedido sem nem sequer ter havido a necessidade de paralisação. Poucas pessoas aderiram à greve e ela ficou taxada pelos especialistas como política.

No ano passado, eu e mais dois amigos, Ernesto e Renato, fizemos um blog só de brincadeira, o Ame-o ou Deixe-o (http://ameooudeixeo.blogspot.com). Nele escrevíamos com pseudônimos dos generais da ditadura e tínhamos com mote principal o nacionalismo. Era um pouco exagerado, mas muito do que escrevemos lá tinha um pouco do que realmente pensávamos.

Naquela época a greve era dos bancários. Eu nunca fui muito a favor desse tipo de manifestação, então escrevi sobre o assunto. Apesar de ter sido em setembro do ano passado, acredito que as minhas palavras ainda são atuais:

A greve dos Correios atrapalhou muita gente nos últimos dias. Em São Paulo os cidadãos também sofreram com a paralisação da Guarda Civil Metropolitana e agora têm o serviço dos bancários parado.

A começar pelos carteiros e guardas. A contratação para essas funções é feita por concurso, ou seja, antes de ser admitido, o sujeito sabe muito bem qual vai ser o seu salário, a carga horária, o tipo de trabalho a ser executado e as condições do mesmo. Portanto qual é a justificativa da greve? Melhores salários? Se você acha o valor do pagamento pequeno, por que se candidatou à vaga? Se você acredita que as condições de trabalho são ruins, por que se candidatou à vaga? Não há justificativa plausível para uma greve, você já imaginou se uma garçonete dissesse ao seu patrão que não vai mais trabalhar porque ela acredita que não tem boas condições pra efetuar sua função, já que a bandeja está torta?

Pois é isso que fazem os grevistas no Brasil e no mundo. Alegam absurdos para não trabalhar. O caso dos bancários também é ridículo. Qualquer trabalhador honesto, quando não está contente, simplesmente procura outro emprego, e não se recusa a trabalhar.

Concordo que a lei deve dar algumas vantagens para o trabalhador, afinal de contas um empregado satisfeito produz mais. Mas não se pode legalizar a vadiagem!

Em tempo. O Renato também tem seu próprio blog - http://ideiasderenato.blogspot.com.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Minha velha infância

Nos últimos dias tenho arrumado as coisas aqui em casa, como já citei antes. Ontem encontrei o álbum de figurinhas da Copa do Mundo de 2006. Sim eu sei que o título do post é Minha velha infância. Esse livro me fez lembrar todos os outros álbuns que eu colecionei, de campeonatos paulista, brasileiro, outras copas, lembro muito bem que tinha uns cards do campeonato italiano, eram tão legais que vinham em italiano mesmo. Eu e meu irmão usávamos os atributos de cada jogador para brincar de Super Trunfo.

Hoje encontrei fotos das festas escolares do meu irmão de 11 anos de quando ele era uma inocente criança de quatro, cinco anos. Elas me fizeram lembrar do meu tempo de criancinha. Ainda encontrei uma revista falando de todas as inovações que o incrível Neo-Geo iria implantar no mundo dos videogames.

Aí me lembrei de um exercício da faculdade que era um texto sobre a minha rua, que segue abaixo:

Eu fui o que se chama de menino de apartamento. Minha infância foi toda vivida naqueles poucos metros quadrados de área de lazer. A piscina, o salão de jogos, a quadra poliesportiva e, é claro, o playground.

Mesmo com as comodidades do prédio, a minha maior alegria era ir para o sítio de algum colega. Já que meus pais não possuíam um, a saída era visitar o dos amigos. Foi lá que eu aprendi a subir em árvores, roubar frutas do pé, matar sapo ou rato, entre tantas outras atividades das crianças que brincavam nas ruas aquela época. Isso me fazia um pouco menos “extraterrestre” quando ia para a casa de alguém e tinha que brincar na rua, pois eu não tinha aquela malícia que eles tinham.
É cada vez mais comum meninos e meninas crescerem em apartamentos. As grandes avenidas e o aumento da violência não permitem mais que vejamos crianças brincando nas ruas dos bairros. Não existe mais o futebol com traves de chinelo, a rede de vôlei amarrada nos postes, a brincadeira de pique-esconde, o jogo de taco que sempre para quando passa um carro.

Em nome de um bem-estar dos pequenos e dos adultos, condomínios como o meu são construídos em escalas maiores que as casas. Mas será mesmo que é melhor viver em um prédio com apartamentos espaçosos, com living room, fitness room, espaço gourmet, lan house e tantas outras modernidades?

Hoje eu continuo morando no mesmo prédio da minha infância. A quadra está toda rachada e com as traves enferrujadas, a piscina só serve para os “mais velhos”, que ficam bebendo cerveja e ouvindo som alto, não tem mais aquela agitação de antigamente. Não vejo os campeonatos de futebol, o pega-pega na piscina, as brincadeiras com baralho ou jogos de tabuleiro da minha infância. As crianças estão fadadas a ficarem em seus quartos, sozinhas teclando com os amigos que moram na mesma rua, no mesmo prédio, e que estão sempre ocupados demais para conversar pessoalmente. E eu que achava ruim ser menino de apartamento...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Feliz Dia de São Patrício!

Hoje é o Saint Patrick´s Day. Quem me conhece sabe que esse é o único dia no ano que eu tomo cerveja. Mas quem foi São Patrício?

O homenageado de hoje foi escravo, conseguiu fugir e virou padre. Ele foi o responsável por tirar todas as cobras da Irlanda (mesmo com todos sabendo que nunca existiu cobra por lá), criou a confissão individual - antes a confissão para o padre era feita em grupos, dá pra imaginar? - e usou o trevo de três folhas, um dos símbolos da Irlanda, para explicar a Santíssima Trindade do Catolicismo.

Ou seja, ao meu ver ele não fez nada de muito especial. Porém ele é tratado como uma lenda pelos irlandeses e seus descendentes no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos e Austrália. Para se ter uma ideia, a igreja que serve de sede da Arquidiocese de Nova Iorque é a catedral de São Patrício.

Mas porque as pessoas vestem verde e enchem a cara de cerveja no dia 17 de março? São Patrício é também o padroeiro da Irlanda e em seu dia deve-se comemorar praticando os costumes de sua terra. O verde é uma cor que eles acreditam que traz sorte, assim como o trevo, e a cerveja, bem, a cerveja... Não dá para fazer festa com a garganta seca né!

So let´s have some beer!!!

terça-feira, 16 de março de 2010

O Flamengo parece um antro de marginais...

Nenhum outro time registra tantos jogadores com problemas sociais quanto o Flamengo.

Esse texto não é meu. Vi no blog do Marco Aurélio D´Eça por indicação do @kibeloco. Não sei quem é esse cara, mas acho que tem um pouco de razão no que disse, mesmo sendo tão radical e incluindo até a presidente do Flamengo. Segue o texto dele na íntegra:

O centro-avante Adriano é um cachaceiro marginal e descontrolado, protegido pela mídia flamenguista e financiada por quem quer vê-lo na Copa.
Wagner Love é marginal mesmo – no sentido social do termo - destes que participam de festas com traficantes e acham normal a convivência.
O goleiro Bruno se revela um marido brutamontes, agressor de mulher e farrista inveterado, com as declarações bisonhas que deu à mídia.
wagnerlove1Além deles, vários jogadores rubro-negros participam de farras e bebedeiras antes, depois e até durante os jogos do Flamengo.
Nenhum outro time de futebol no Brasil abriga tanta gente desajustada quanto o Flamengo – marginais no sentido amplo da palavra, aqueles que vivem, por exclusão ou opção, à margem da sociedade organizada e civilizada.


brunoAté os dirigentes do clube – incluindo a atual presidente – têm o sotaque da gíria malandra carioca, de gente que gosta de bagaceira e festança baixo nível.
Este é o Flamengo, parece  um antro de marginais.
Movidos, no mínimo, pela ausência de bom senso, os donos da Choppana, em São Luís, resolveram abrir a casa para acompanhamento compatrilhado de torcidas durante os jogos.
FLAMEN~1Os vascaínos disseram não à idéia estapafúrdia e procuraram outro local para se concentrar e fazer a festa do futebol.
Porque sabem ganhar e perder com a mesma educação.
Não dá para compartilhar o mesmo espaço em ambientes públicos com flamenguistas – jogadores ou torcedores.
É pedir por agressão…

A arte de estar desempregado

Estou sem trabalho já faz três meses e meio. No início era legal, eu estava a apenas um mês de tirar férias, então foi bom para descansar, ainda mais no final do ano. Porém quando chegou o ano novo passou a incomodar. Hoje está insuportável.

O principal para o desempregado é saber como ocupar o seu tempo. Ele precisa criar uma rotina e tarefas para não ficar parado. No meu caso, eu acordo, sempre entre nove e dez horas da manhã (sei que é um pouco tarde, mas se acordar mais cedo fico com muito tempo ocioso), ligo o computador, vejo as notícias, converso com minha namorada e amigos por MSN, procuro vagas de emprego e dou uma olhada nas redes sociais que participo. Após isso já está na hora do almoço.

Então ligo a televisão e assisto ao SPTV, Globo Esporte e Jornal Ontem (que um dia vai ser tema de post). Quando tenho muita paciência continuo na Globo e vejo o Video Show, mas não dura cinco minutos minha paciência e eu decido fazer outra coisa. Há um tempo era fácil encontrar algo para fazer, tinha sempre alguma coisa relacionada à minha demissão para resolver, mas essas coisas também acabaram.

Agora costumo sair para pedalar sem rumo, com o único objetivo de fazer o tempo passar, coisa que tem funcionado. O melhor disso é que posso pensar em coisas, mas ainda não pensei em nada. Essa página é mais uma tentativa de fazer a hora passar, e acho que está funcionando. Pretendo usar ele para dar utilidade ao meu diploma de jornalista, mesmo sabendo que o pessoal lá do Supremo acha que ele não serve para nada.

Tarefas domésticas também auxiliam nessa árdua missão. Lavar a louça, limpar o quarto, passar roupa, entre outras coisas são extremamente chatas, mas proporcionalmente úteis. Certo dia fiquei duas horas apenas redobrando minhas camisas do Palmeiras e colocando de volta na gaveta.

Portanto, você que está no trabalho, reclamando que não tem tempo de nada, que seu chefe só te dá mais trabalho, pense como seria ter tanto tempo que não sobra mais nada para fazer. E o pior, você não tem nem um salário para reclamar que está trabalhando demais e ganhando de menos.

Se alguma boa alma se sensibilizar com a minha situação e quiser me ajudar, eu estou muito afim de trabalhar, é só me chamar!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Não é real, é comercial

Eu gosto muito de ver os comerciais e ficar imaginando se tudo aquilo fosse verdade. Aí agora vi o comercial de lançamento da Coca-Cola Light Plus, que é uma versão do refrigerante em lata de energético. Um rapaz, depois de tomar um gole de Coca, sobe na esteira que transporta as bagagens no aeroporto, invade uma área restrita e volta com a sua mala sob aplausos de todos que esperam suas coisas.

Aí eu me pergunto: e se fosse no aeroporto de Nova Iorque? Será que ele voltaria vivo para casa?

No Brasil provavelmente seria chamado de ladrão e no lugar de aplausos receberia uma surra da multidão enraivecida pela cara-de-pau do sujeito que não pode esperar chegar sua bagagem.

Segue o link da propaganda, se não viu ainda, assista e tire suas conclusões - http://www.youtube.com/watch?v=JqBunXMqLJk

Pedala Robinho!

Não, o texto não é sobre o jogo do Palmeiras contra o Santos. É claro que foi muito bacana ver aquela molecada arrogante levar uma piaba dentro da Vila Belmiro, mas vou escrever sobre outra coisa.
Sexta-feira eu saí, como quase todo dia faço, para dar uma volta de bicicleta. Só que eu estava especialmente animado aquele dia, então resolvi pedalar bastante. Saí da minha casa, no Tucuruvi e fui rumo a zona leste de São Paulo, utilizando como caminho a Rodovia Fernão Dias, chegando até a Avenida Educador Paulo Freire, Ponte Aricanduva e aquele viaduto que eu não sei o nome mas que é enorme, começa logo após a ponte e acaba na Radial Leste na região da Penha.
Quando pensei nesse trajeto achei uma boa ideia, mas depois percebi que foi um grande engano. Nunca, e eu reforço, NUNCA tente pedalar naquele viaduto, é simplesmente impossível! Digo mais: nem de moto eu me arriscaria ali. As pistas são muito estreitas e a quantidade de caminhões é enorme, portanto não sobra espaço na pista para nada maior que um Ka. E como a frota de carros paulistana vai muito além do compacto da Ford, eu fiquei literalmente espremido. Foram alguns minutos de preocupação, mas passei vivo e com a esperança de utilizar a ciclovia Caminho Verde, que acompanha a Radial Leste.
Outro equívoco meu. A ciclovia está muito mal-conservada. Além disso ela passa por baixo de alguns viadutos e em todos esses pontos eu vi pelo menos duas pessoas usando drogas. Ainda tem um trecho q é de mão única, nunca vi isso! Só passa uma bicicleta por vez, é muito estreito!
E a ciclovia não tem fim. Ou melhor, ela acaba, mas só dá para perceber isso quando pessoas que estão tranquilamente esperando um ônibus na estação Tatuapé te olham assustadas porque você passou com a bicicleta por elas.
Aí comecei a pedalar na Radial Leste e outra vez vi como a coisa tá feia para quem usa a bike como transporte. Um motorista de ônibus conseguiu me fechar três vezes, sendo que em todas eu estava bem visível e numa velocidade parecida com a dele, ou seja, ambos estavam lentos. Felizmente eu tenho experiência nisso, entao não sofri muito com o desrespeito do profissional, mas imagino quem pouco sai de bicicleta e resolve sair do Carrão e ir até o centro. Quando precisar sair da ciclovia corre sério risco.
Eu já escrevi e falei muito sobre isso com quem me conhece então não vou me alongar. Só queria dizer, e isso é um protesto mudo, que pensassem que não basta fazer ciclovias, elas não podem estar em todas as ruas, então é necessária uma conscientização dos profissionais do volante, sejam caminhoneiros, taxistas, motoristas de ônibus e semelhantes. Eles têm que entender que o lugar da bicicleta é na rua e que eles são responsáveis pela integridade do ciclista, senão vai continuar morrendo gente no trânsito por imperícia das pessoas.