quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quem elegeu Dilma?

Depois de anunciado o resultado da eleição para a presidência do Brasil, uma enxurrada de comentários contra os povos do Norte e Nordeste do país foram publicados pelo Twitter. Não vou citar nenhuma das frases, mas algumas incitavam até morte, além de separação e um muro para dividir o Brasil "trabalhador" do Brasil de "vagabundos miseráveis que vivem às custas do Sul/Sudeste".

Olha, sinceramente eu gostaria muito desse muro, mas só se pudesse ficar do lado dos "vagabundos miseráveis que vivem às custas do Sul/Sudeste". Quem acha que o Norte e Nordeste (engraçado que para essas pessoas o Centro-Oeste não existe) é uma região de atraso, onde vivem apenas analfabetos e ignorantes, deveria se incluir nessas estatísticas.

Não votei na Dilma, mas todo mundo viu que ela venceu no Sudeste por 2,5 milhões de votos aproximadamente. Além disso se forem somados ainda os votos do Sul e Centro-Oeste, onde a candidata petista perdeu de José Serra, Dilma continua na frente por quase 300 mil votos. Então a "culpa" não é do Norte/Nordeste, já que Serra perdeu até mesmo entre os eleitores "cultos".

Na minha humilde opinião o Serra perdeu a eleição no discurso. O brasileiro é historicamente egoísta, vide Lei de Gérson. Procure as propagandas do PSDB, sempre são genéricas, melhorias do país, ou de um setor da economia, ou da saúde, da educação, etc. A propaganda da Dilma era mais pessoal, a renda do miserável subiu, o pobre foi para a faculdade, o crédito para compras aumentou possibilitando à classe média um aumento do poder de compra, etc.

Toda vez que a Dilma contava algum dos "históricos feitos" do governo Lula, dava pra imaginar um exemplo palpável, eu mesmo fui beneficiado pelo Pro-uni, meu irmão pelo Minha Casa, Minha Vida, entre outras coisas, mas quando o Serra fala que criou os genéricos, ou derrubou a patente dos remédios para tratamento Aids, até mesmo as linhas de metrô (coisa que eu uso quase diariamente), isso não parece algo para ME beneficiar, parece algo para beneficiar TODOS.

Ah, mas política não é isso? Sim, mas quem vota não é TODOS, é UM. E como UM é egoísta, ele quer levar vantagem, todos os que me falavam que iam votar na Dilma tinham o mesmo argumento: minha vida mudou depois que o Lula virou presidente. Só para não me perder no raciocínio, a Dilma não foi eleita porque o povo é ignorante, eu acho que ela foi eleita porque o povo é egoísta e ela era a candidata que dizia se importar com VOCÊ e não com o BRASIL. Pena

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Solidariedade, amizade ou instinto?

Essa semana eu estava no metrô e quatro crianças que pareciam moradores de rua estavam no mesmo vagão que eu. Todos estavam com roupas velhas, sujos e descalços, porém pareciam se divertir com a necessidade de se esconder dos guardinhas do metrô.

Eles agachavam, se escondiam debaixo dos bancos, sentavam do lado das pessoas para fingir que estavam juntos, qualquer coisa para não chamar a atenção dos funcionários quando o trem chegava na estação. Quando um deles se sentou ao meu lado eu perguntei onde eles estavam indo, aí ele me respondeu: "Estamos indo pro Jabaquara". Mas pra quê? "Pra pedir". Rapidamente um outro menino corrigiu e disse que eles iam pra Luz.

Quando estávamos saindo da estação Tiradentes, um rapaz parou na frente da porta do trem com um pacote de bolachas em uma mão e uma lata de coca-cola na outra. Os meninos olharam pra ele quando ele passou, mas não por causa do que ele estava comendo, só porque passou mesmo, mas dava pra ver a fome no olhar deles. Duas bolachas depois, o menino que continuava sentado do meu lado ouviu do rapaz das bolachas: "você quer?".

Feliz pela oferta o menino aceitou na mesma hora o pacote com uma bolacha. Isso mesmo UMA bolacha! Só para constar, as crianças entraram no trem comigo na estação Tucuruvi, ou seja, o rapaz com as bolachas quando entrou no vagão já havia visto os meninos lá. Provavelmente entrou comendo, e comeu mais duas bolachas enquanto o trem andava entre Tiradentes e Luz. Ah, mas ele deu a bolacha pro menino mesmo sem ele pedir. Sim, mas tinha mais três meninos na mesma situação, ele não podia ter guardado quatro bolachas pra eles?

O garoto com a bolacha na mão deu uma mordida pequena e então ofereceu aos seus amigos. Dois deles aceitaram e um não quis. Eles desceram na Luz para pedir no trem. Foi então que duas mulheres começaram a comentar o caso. "Você viu que bonitinho, o menino dividiu a bolacha com os outros. Se fosse eu comeria sozinha", disse a primeira. "Eu também não ia repartir não, imagina, estou morrendo de fome e vou dividir uma bolacha com os outros?", completou a amiga.

Olha, eu já achei um absurdo o cara dar uma bolacha só pro moleque, porque é claro que ele vai dividir com os outros, eles estão juntos precisando comer. Mas o maior absurdo é acharem que aquilo foi caridoso, ou um ato bonito do menino que ganhou a bolacha. Olhe para os animais. Todos eles repartem os alimentos. Lembra dos índios. Eles também dividem a caça, independente de quanta comida tenham e quantas pessoas para comer, é instintivo.

Porém nós fomos criados para sermos egoístas, para não dividir. É triste saber que só se repara no menino dividindo uma bolacha para quatro e que o rapaz com 15 bolachas que deu uma só para quatro meninos seja considerado solidário e não cruel. Porque pra mim é crueldade dar uma bolacha, era melhor não dar nada.

Se eu dei alguma coisa para os meninos no lugar de ficar falando mal do cara que deu uma bolacha? Não, não dei nada, também não tinha nada pra oferecer, infelizmente...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Debate?

Ah, a campanha eleitoral! Um dos maiores exemplos de como o ser humano consegue disfarçar a sua verdadeira natureza para conseguir enganar os seus iguais. Nesta semana que encerra as campanhas pelos cargos das esferas estaduais e federal, os Debates tomam conta da televisão. Debate com "d" maíusculo porque é o nome do programa, e só.

Odeio fazer isso, mas vamos à definição de debate pelo dicionário: "troca de opiniões sobre determinado assunto, discussão". Ontem a Globo transmitiu o Debate entre os candidatos a Governador. Cada Estado teve o seu próprio. Eu como morador de São Paulo, assisti a uma parte do "debate" e depois fui dormir, cansado daquele lero-lero.

O que se vê nos "debates" é apenas candidatos dos principais partidos usarem o espaço de palanque. Não importa a pergunta ou a resposta dada pelo outro participante, eles já sabem o que vão falar. É tudo mecânico, isso não é debate, é propaganda eleitoral. "Mas os candidatos de partido pequeno tentam debater" você deve estar falando ao ler isso. Sim, mas não sem antes reclamar do pequeno espaço, de ninguém fazer perguntas a ele, entre outras coisas, aí depende do partido nanico que ele representa.

Eu quero ver um candidato A perguntar "O que você vai fazer para a saúde?", o candidato B responder com as suas propostas, e na réplica o candidato A, no lugar de falar o que ele vai fazer, questionar as propostas do B, isso é debater. Enquanto os Debates forem usados apenas para expor ideias ou levantar acusações, esses programas vão continuar sendo a mesma inutilidade de sempre.

Na minha opinião as entrevistas com os candidatos feitas pelo SPTV, Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, etc. (não sei se outras emissoras fizeram o mesmo), são muito mais proveitosas que esses "debates" porque o entrevistador questionou o candidato. "Pretendo duplicar o atendimentos das AMEs no meu governo". "Como o senhor pretende fazer isso candidato? Com quais recursos?". Esse é o comportamento que eu espero em um debate, mas deixa pra lá né, é melhor ir dormir...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Preguiça

Todo dia a gente sente preguiça de alguma coisa. Em dias frios na hora de acordar dá aquela preguiça de sair da coberta. Na hora do banho, preguiça de sair do chuveiro. Existe também aquela preguiça de fazer o almoço, de ir pra aula, entre tantas outras.

Mas eu me preocupo mesmo é com a preguiça de trabalhar. Pra mim preguiça é um sentimento que aparece simplesmente porque não queremos fazer determinada coisa por achar que aquilo é muito chato. Você pode estar com aquele preguiça danada de sair para comprar pão, mas se alguém te fala, "vem comigo que a gente toma café naquela padaria bacana, eu pago", na mesma hora você já está pronto.

Quando o trabalho se torna algo tão chato a ponto de todo dia você ter preguiça (de vez em quando é normal), isso na minha opinião preocupa. Já tive preguiça de escrever aqui um monte de vezes, em algumas eu superei e em outras eu me entreguei, mas no trabalho não dá para fazer isso. E é aí que mora o perigo. Ir trabalhar todo dia com preguiça e forçado cria uma insatisfação com o emprego que é irreversível. Se não acontecem fatos novos, ou se você não olha a sua rotina com uma outra perspectiva, ir trabalhar vira sinônimo de ir para a forca. E depois de um tempo, nem com isso você consegue reverter o quadro negativo.

É claro que existem casos opostos, porque seu trabalho é chato você tem preguiça de ir trabalhar, mas esses são menores.

Posso ficar mais umas 100 linhas falando sobre a preguiça no trabalho, mas estou com uma preguiça... E tenho que trabalhar também!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Politicamente correto

Ultimamente o politicamente correto tem tomado conta da mídia. Qualquer tipo de opinião que seja diferente da maioria já é tratada como preconceituosa.
Outro dia estava assistindo uns vídeos da TV Pirata, Os Trapalhões e outros humorísticos antigos e fiquei impressionado com a liberdade que havia naquela época. Chamar o Mussum de pretinho, o Didi de cabeça chata, piadas sobre gays e machistas eram totalmente comuns. Onde foi parar essa liberdade?

Essa semana um jogador do Santos foi chamado de mão de alface e retrucou dizendo que gasta o salário do torcedor em ração de cachorro. Rapidamente uma enxurrada de críticas dizendo que foi imaturo por parte do atleta, que ele não poderia ter feito isso, e toda essa baboseira. E daí? Não duvido que seja verdade o que ele disse. A verdade choca demais?

Cansei de ver minorias agindo como se fossem donas do mundo, só porque determinada pessoa é gay ela não pode ser ofendida? Por que chamar alguém de veado é crime mas chamar de gordo não é? Por que uma camiseta 100% branco é racismo e uma 100% preto, ou asiático, ou índio, ou qualquer outra coisa não é? Quer dizer que se eu não compactuo com as ideias de Israel eu sou anti-semita?

Que democracia é essa que não nos permite ter uma opinião diferente? Eu acredito que devemos respeitar o que diz a maioria, mas não pensar como a maioria. Eu sou livre para ter minha opinião sobre todos os assuntos, não gostei da lei que proíbe as palmadas, vou acatar, mas não é por isso que vou deixar de pensar que isso é errado.

Acredito que quando acabar essa bobagem de não poder falar ou fazer nada que contrarie os interesses ou pensamentos de uma determinada camada da população, as pessoas estarão mais preparadas para um debate sadio sobre assuntos polêmicos. Já imaginou se fizerem a Parada do Orgulho Hétero? Ou então uma passeata lembrando os mortos na Palestina? E se criarem o Dia do Branco, ou da Consciência Branca? É claro que essas coisas existem justamente por uma enorme discriminação sofrida historicamente, mas não é porque Hitler mandou matar judeus e homossexuais há 70 anos que quem não é a favor de Israel também quer fazer isso. Só porque eu sou contra a política de cotas não significa que sou racista. O mesmo se aplica se eu chamo alguém de "negão". Já pensou se todos os louros se ofendessem com o apelido "alemão"?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quanto vale um voto?

Agora que acabou a Copa do Mundo e o goleiro do Flamengo está preso, sobrou um espaço nos jornais para falar sobre as eleições deste ano. Em novembro o Brasil elege um novo presidente, além dos governadores dos Estados e Distrito Federal. Também serão renovados (modo de dizer) os deputados estaduais e federais e dois terços do Senado.

Na eleição para senador e para os cargos executivos (presidente e governador) o critério para definir o vencedor é muito simples: quem tem mais votos leva. No caso do primeiro, os dois melhores colocados ficam com as cadeiras no Senado, já nos outros dois se nenhum candidato atingir mais da metade dos votos válidos (que exclui os brancos e nulos), se faz necessário um segundo turno entre os dois primeiros do pleito. Após nova votação o que obtiver a maioria é o eleito.

No caso dos deputados a eleição é um pouco mais complicada. Na câmara federal a diferença já começa na quantidade de vagas de cada Estado. Ao contrário do Senado, onde cada unidade da federação tem três cadeiras, o número de representantes é proporcional à população, com um mínimo de oito e máximo de 70 deputados, totalizando 510.

Vamos partir do princípio que São Paulo possui 70 vagas. O que é necessário para eleger um deputado? Mais uma vez, invento um número. Digamos que sejam sete milhões de votos. Como o sistema é proporcional, as cadeiras serão distribuídas de acordo com a proporção de votos. Um detalhe importante: os votos são do partido e não do candidato. Então vamos lá: se o partido X conseguir 3,5 milhões de votos (50%) somando todos os seus candidatos e os votos na legenda, ele terá direito à 35 deputados federais. Os eleitos serão os 35 mais votados da legenda, não importa quantos votos eles tenham recebido.

Esse tipo de sistema causa algumas aberrações. Vamos supor que um candidato do partido Y conseguiu 2 milhões de votos. O segundo colocado de seu partido obteve apenas 320. Apesar disso, os dois são eleitos, pois os votos do primeiro garantem duas vagas. O 36º colocado do partido X, que teve a preferência de 15 mil eleitores fica de fora. Um bom exemplo disso foi a eleição de Paulo Maluf, que levou com ele alguns companheiros de partido que não conseguiram boa votação. O sistema é o mesmo para deputados estaduais e vereadores.

Para encerrar queria explicar uma coisa. Esse boato que diz que se a metade mais um dos votos for nulo força uma nova eleição com outros candidatos, é uma grande mentira! Lembre-se, votar em branco ou nulo vale apenas para o primeiro colocado, pois diminui o número de votos necessários para atingir a maioria. Sei que soa batido, mas exerça sua cidadania, escolha um candidato e vote nele.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Despedida

Quase todos os torcedores que eu conheço sabem muito bem o primeiro jogo de futebol que assistiram no estádio. Lembram o adversário, o placar e alguns até quem fez os gols. Eu sinceramente não me lembro do meu primeiro jogo no Palestra Itália. Na verdade, o jogo mais antigo que me lembro de ter assistido in loco foi Corinthians e São Paulo pela final do Brasileiro de 1990.

Consigo me recordar de estar quase todo domingo nas cadeiras cobertas do estádio do Palmeiras com meu pai e meu irmão. Mas a primeira vez que não tive a companhia de um adulto foi só em 1999, na épica final da Libertadores. Com 13 anos de idade vi Zapata colocar seu nome na história chutando aquele pênalti para fora.

Frequentador assíduo do Parque Antarctica, vi as pequenas ampliações e mudanças que aconteceram na casa palmeirense. Nunca entrei como mascotinho antes do jogo, mas por algumas vezes participei da promoção do intervalo que consistia em torcedores batendo pênaltis, mas nunca fiz um gol.


Não tenho ideia de quantos jogos já assisti lá, creio que chegue perto de 500 partidas. Títulos foram poucos, além da Libertadores, vi a conquista de uma Mercosul, um Paulista e a Série B (que não conta), mais pelo mau desempenho do time nos últimos tempos do que pela minha negligência em ir ao campo.


Agora a casa palmeirense vai fechar para uma reforma que deve durar dois anos e que vai dar ao Palmeiras a primeira arena multiuso da América Latina. A ferradura dá lugar a um estádio fechado, com três anéis, mas com a sua maior característica preservada: o campo suspenso.

A despedida foi como nos bons tempos: uma boa goleada sobre o Grêmio em jogo que o time e a torcida simplesmente ignoraram a crise existente. Mesmo com o bom resultado deixei o estádio com um sentimento de tristeza. Tenho certeza que a mudança é para melhor, mas sei que vou falar da velha ferradura como os mais velhos falam da concha acústica do Pacaembu.

Só me resta aproveitar as obras para visitar com mais frequencia outros estádios, como o Pacaembu e a Arena Barueri, locais que devem receber o Verdão nos próximos dois anos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Quem vai para a Copa do Mundo?

Pois é, amanhã o Dunga anuncia os 23 selecionados para o Mundial da África do Sul. Eu, em um exercício de vidência, vou dar o meu palpite. Só lembrando que esses são os nomes que eu acho que ele vai levar, não os que eu levaria:

Goleiros
Júlio César (Internazionale)
Doni (Roma)
Vitor (Grêmio)

Laterais
Maicon (Internazionale)
Michel Bastos (Lyon)
Daniel Alves (Barcelona)
Gilberto (Cruzeiro)

Zagueiros
Lúcio (Internazionale)
Juan (Roma)
Luisão (Benfica)
Thiago Silva (Milan)

Meias
Gilberto Silva (Panathinaikos)
Felipe Melo (Juventus)
Josué (Wolfsburg)
Elano (Galatasaray)
Kaká (Real Madrid)
Júlio Baptista (Roma)
Ramires (Benfica)
Kléberson (Flamengo)

Atacantes
Luís Fabiano (Sevilla)
Nilmar (Villareal)
Robinho (Santos)
Adriano (Flamengo)

Amanhã veremos se eu errei ou acertei, mas de certo mesmo é que eu trocaria o Kléberson pelo Ganso, o Thiago Silva pelo Miranda e o Júlio Baptista pelo Ronaldinho Gaúcho. Sem falar que ainda dá pra tirar o Gilberto e colocar mais um jogador com habilidade.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sou campeão estadual!! E daí?

Neste fim de semana começa o Campeonato Brasileiro de futebol. Especialistas e torcedores já começam a apontar os favoritos. Todas as listas indicam principalmente os campeões estaduais, afinal de contas se destacaram no regional e levaram a melhor sobre alguns adversários do campeonato nacional. Mas você sabe quantas vezes o campeão brasileiro levou a taça no seu Estado no mesmo ano?

Em 39 edições do torneio isso ocorreu em menos de um terço, ou 30,75%. Foram apenas 12 oportunidades, sendo somente duas na era dos pontos corridos. O Palmeiras é o time que mais alcançou este feito: três vezes. Apenas em 1973 a equipe do Palestra Itália não conseguiu a dobradinha nacional-estadual. O Internacional também não levou as duas taças apenas uma vez. Em1979 o Grêmio levou o Gauchão.

São Paulo e Flamengo que ficam devendo nesse ponto, em seis vezes que foram o melhor time do Brasileiro, considerando o título nacional de 1987 para o time carioca, somente um vez foram os campeões também em seu Estado. Completam a lista Fluminense, Bahia, Crruzeiro, Atlético Paranaense e Corinthians, sendo o último o único que levantou o caneco do nacional mais de uma vez.


Mas além do Brasileirão ainda temos outras duas competições em andamento que também interessam muito os torcedores, a Copa do Brasil e a Libertadores. Se Inter e Palmeiras se destacam por conseguir a dobradinha com o nacional, no continental são os únicos brasileiros campeões que não conseguiram o estadual no mesmo ano. E o São Paulo é o único que conseguiu duas vezes. No total, dos 13 títulos que os brasileiros têm na competição, em sete um campeão estadual levantou a taça, e mesmo que a taça venha para o Brasil neste ano, o aproveitamento ficará em 50%.

A Copa do Brasil tem um número parecido. Em 11 das 21 edições disputadas o campeão também levantou a taça no seu estado (52,4%). Corinthians e Grêmio conseguiram o feito por três vezes. O Cruzeiro, maior campeão da Copa ao lado da equipe gaúcha, realizou a dobradinha em duas oportunidades, com destaque para 2003, quando conseguiu a tríplice coroa, feito que ainda não foi igualado por ninguém. Criciúma, Internacional e Sport completam o hall de clubes campeões dos dois torneios.

E nesse ano o torneio disputado em mata-mata tem tudo para manter a escrita. Dois oito clubes que restam somente três não foram campeões estaduais, Palmeiras, Vasco e Fluminense, sendo que os dois clubes cariocas estão em situação complicadíssima para o jogo de volta e o paulista não tem um ano dos melhores.

Minha previsão é que teremos um baita campeonato, e aponto os times que estão nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores como os principais candidatos ao títulos. Até que não incluí muitos, só 13 dos 20 que disputam a taça a partir deste sábado. Mas vou torcer pelo Palmeiras. Forza Palestra!!!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Foi na Uningá, mas pode ser em qualquer faculdade

Ontem o Fantástico exibiu reportagem sobre três estudantes que utilizam bolsa do Pró-Uni mesmo sem atender os requisitos necessários para tal. Não vou ficar explicando o caso, então se você não sabe do que estou falando, clique aqui. Eu fui bolsista do mesmo programa.

As regras dizem que deve ser feita apresentação dos documentos a cada seis meses, para que uma pessoa que durante o período do curso tenha melhorado sua condição financeira não continue recebendo o benefício. Em quatro anos de faculdade, nunca pediram nada a mim e a nenhum dos meus colegas de sala bolsistas. Minha bolsa era renovada com uma simples assinatura.

A universidade, por mais que possa tirar a bolsa e passar a cobrar do aluno, com certeza não vai ficar caçando alunos que não deveriam ter o benefício. É lógico que o caso do Paraná é diferente, afinal de contas, ao que tudo indica, elas nunca tiveram condições para participar do programa. Mas mesmo assim a bolsa foi aprovada com a apresentação dos documentos.

Se o governo realmente quer que a bolsa vá apenas para pessoas que realmente precisam, ele mesmo tem que fazer a triagem dos candidatos, porque sinceramente para as instituições de ensino o que vale mesmo é preencher as vagas, elas não se importam se a pessoa pode ou não pagar.

Casos como esse vão continuar aparecendo por causa dessa economia porca de pessoal para realizar a investigação social e confirmar se o candidato tem os requisitos para receber o benefício. Pelo menos para mim foi bom, pude fazer minha faculdade sem pagar, mas e quem não podia e não estudou porque eu estava lá?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um dia de futebol

Sábado chuvoso. Sete horas da manhã e alguns já estão se levantando. Às oito e meia começam a se reunir para seguir para a batalha. O local do jogo é longe e estão atrasados, mas isso não é problema, o importante é chegar. Vestiário alagado e apertado, mas isso também não importa.

Uniformizados, entram em campo debaixo de chuva e as funções em campo são definidas ali mesmo, antes da oração. A reunião encerra-se com o grito Cevad´s! A partida começa. Os que ficam de fora brincam com os que jogam, tomam cerveja e falam o que fariam se estivessem no lugar de algum dos jogadores. Entre reclamações com o juiz, o adversário e os companheiros de equipe o primeiro tempo vai passando.

É claro que o campo não respondeu muito bem à chuva e algumas poças atrapalham o andamento da partida, mas pelo menos o campo é gramado e dá muito bem pra jogar futebol.

O time se reúne na mesa do bar mesmo e começa a discutir o jogo, o que precisa pra melhorar, tentam arrumar o posicionamento, combinar jogadas, qualquer coisa para mudar o resultado. Tudo com muita seriedade e preocupação. Os times voltam a campo e recomeça a partida que não muda muito até o encerramento.

Na saída o que realmente importa: qual bar vai receber o time antes da volta pra casa. Essa é a verdadeira função de tudo aquilo, reunir as pessoas em volta de uma mesa para tomar cerveja e falar sobre qualquer coisa. Os acontecimentos do jogo viram piada, aquela seriedade nas conversas durante a partida não existem mais.

No domingo as dores, lesões e machucados da partida não importam, o que realmente interessa é que no próximo sábado tudo recomeça, principalmente a cerveja. O placar do jogo? 2 a 2.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Parabéns Revolução Militar de 1964!!!

Primeiro de abril não é o Dia da Mentira. Pelo menos não aqui no Brasil. Aqui devemos recordar o saudoso 01 de abril de 1964, quando as Forças Armadas tomaram o poder no País e evitaram que mergulhássemos no comunismo. Nossos heróis tiraram do poder o tirano João Goulart, codinome Jango, do poder de nossa auspiciosa nação e levaram o Brasil para 26 anos de crescimento e liberdade.

Sim, não fossem esses destemidos militares, que cinco anos depois criaram o AI-5 para manter a ordem em um País pronto para se tornar anárquico nas mãos dos comunistas chineses e russos, hoje talvez eu não pudesse estar escrevendo essas linhas. Sim, a nossa liberdade é devida a esses heróis, homens como Médici, Costa e Silva, Geisel, entre outros que mantiveram os ideais da Revolução que completa hoje 66 anos.

Obrigado a todos os que participaram daquela que foi a maior demonstração de patriotismo e civismo da história do Brasil, e parabéns pelos seus 66 anos, Revolução Militar de 1964!!!

Ou feliz Dia da Mentira mesmo.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Então quer dizer que eu sou burro?

Estou desempregado. Desde o primeiro dia de dezembro de 2009 eu não tenho trabalho. Amanhã eu completo quatro meses nessa situação. E hoje uma vaga que vi me deixou realmente chateado. Antigamente uma pessoa que não tinha o colegial (hoje chamado de ensino médio) não conseguia trabalho. Depois não bastava estudar até os 17 anos, você precisava de um curso técnico ou de uma faculdade.

Agora vivemos o maior dos absurdos. Veja essa vaga para jornalista recém-formado que eu achei hoje:


SP – Jornalista
Formado em uma das seguintes universidades/ faculdades: ECA-USP; UNESP; PUC; METODISTA; CÁSPER LÍBERO, MACKENZIE ou Universidades Federais
Horário: de segunda a sexta das 06h às 11h Um plantão mensal – sábado e domingo – das 7h30 às 11h30
Tarefas:
- clipping eletrônico
- pesquisa na internet
- inserção de materias em bancos de dados
- atualização de website

Quer dizer que eu e todos os outros jornalistas recém-formados que não estudaram nas faculdades citadas não somos capazes de fazer clipping, pesquisa na internet, inserção de matérias em banco de dados e atualizar um site? Eu não sabia que a Uniban formava analfabetos.

Fico muito decepcionado em saber que agora não basta ter o diploma de ensino superior, você tem que ter um diploma de determinada instituição, pois essa faculdade que você fez é uma porcaria, logo você também é uma porcaria. Isso é um preconceito idiota. Tenho certeza que sou mais capaz que muitos que frequentaram essas universidades, assim como existem pessoas mais capazes que eu que se formaram na minha turma.

O que eu não consigo entender é porque eu sou descartado simplesmente por não ter feito USP? Eu entrei na faculdade com uma bolsa do Pró-Uni, coisa que hoje quase todo aluno da rede pública tenta e não consegue. Mas mesmo assim havia pessoas melhores do que eu que tinham bolsa de 50%, ou que sequer tinham conseguido o desconto na mensalidade. Uma prova não determina quem é mais inteligente, ou tem mais cultura.

Quando trabalhava no Guia de Cidades do Terra vi muitos estudantes de diversar faculdades tentando uma vaga de estágio lá. E não via diferenças entre um estudante do Mackenzie para um da Uniban, pelo contrário, o quadro contava com dois estudantes da UMC, dois do Mackenzie, quatro da Uniban e três da São Judas, todos praticamente no mesmo nível no que diz respeito à qualidade do texto, claro com diferenças de acordo com o ano que a pessoas cursava do curso.

Eu mesmo venci um concurso da Rádio Cultura concorrendo com todas as faculdades de São Paulo. Tomara que empresas como essa que procurava um jornalista sejam exceções, porque se já não bastasse o Supremo dizer que não precisa do diploma para ser jornalista, agora as empresas jornalísticas dizem que a minha graduação não tem o mesmo valor de outras.

terça-feira, 30 de março de 2010

Só treinando...

Um atleta costuma treinar todos os dias. Ele precisa manter o condicionamento físico para conseguir manter o alto nível em competição. Mesmo quando está sem emprego ou de férias, a maioria dos jogadores de futebol, vôlei, basquete, tênis, seja lá o que for, procura cuidar da alimentação e praticar exercícios de maneira mais leve para não perder a forma.

É isso que eu estou fazendo agora. Não tem nenhum assunto que realmente me empolgue o suficiente para escrever já tem uns dias, então decidi escrever sobre nada, justamente porque eu preciso escrever, tenho que manter a forma. Como dois parágrafos ainda são pouco vou tentar escrever um pouco mais.

Pensei em escrever sobre diversas coisas, porém nada saía, todo os dias eu tentei alguma coisa e não consegui mais de cinco linhas. Queria externar minha insatisfação com a euxastiva cobertura do julgamento do casal Nardoni, mas estava tão de saco cheio disso que não queria nem escrever.

Depois pensei na situação do Palmeiras, meu time de coração, mas estou tão revoltado com a inércia dos jogadores que o máximo que consegui foi um punhado de reclamações sem sentido. Então fui deixando pra lá. Eu já tinha definido que tinha que escrever alguma coisa, então aí está. 1385 caracteres falando sobre a total e completa falta de inspiração. Ainda bem que estou desempregado, já imaginou se estivesse nessa seca dentro de uma redação?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Futebol, essa boa e velha caixinha de surpresas

A 16ª rodada do Paulistão foi marcada por maus resultados dos três grandes da capital. O Corinthians perdeu em Barueri para o Paulista, o São Paulo foi a Bragança Paulista e perdeu do time da casa e o Palmeiras empatou com o lanterna do campeonato, o Rio Branco, em Araraquara. No sul do país, o badalado Internacional apanhou do modesto e desconhecido São José. O Vasco deu força ao movimento com a derrota para o Americano em São Januário. Outros resultados inesperados aconteceram pelo Brasil.

E talvez seja isso que torna o futebol um esporte tão apaixonante. Como conviver com uma disputa em que o melhor não vence? Ou ninguém se lembra da Copa do Mundo de 1982? Do Brasileiro de 1995? Da Libertadores de 2003, entre tantos outros campeonatos vencidos por uma equipe inferior ao adversário.

Eu mesmo tenho fascinação em torcer para o pior time. Nada melhor que assistir Zenit X Manchester United, pela Supercopa da Europa, e comemorar a inesperada e inexplicável vitória do time russo sobre a mais poderosa agremiação do mundo. Acho que esse sentimento de que tudo pode acontecer é o que move um torcedor ao estádio. A velha máxima o jogo só acaba quando termina é inacreditavelmente real. Ou você não lembra de nenhuma grande virada do seu time?

Ainda está fresco na minha memória o jogo entre Palmeiras e Flamengo na Copa do Brasil de 1999. Aos 32 minutos do segundo tempo o Verdão ainda precisava de três gols para conseguir a classificação. Aos 45 eram necessários dois. E mesmo assim, com dois gols de Euller a equipe paulista se classificou (não lembra? veja aqui).

Por isso, mesmo os resultados desagradáveis, e ultimamente têm sido vários, me fazem continuar um fervoroso admirador desse esporte, e vou utilizar novamente esse jargão, que é uma caixinha de surpresas.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O dia que o Furlan perdeu a máscara

Me formei em jornalismo no ano passado. Assim como todos os estudantes tive que fazer um TCC, Trabalho de Conclusão de Curso. O meu era um site de notícias para a cidade de Barueri. Eu e meus três colegas de grupo fizemos uma semana de cobertura jornalística na cidade.

Além disso fizemos pesquisa na cidade, conhecemos todos os bairros, andamos bastante por lá, entrevistamos pessoas. E ficamos admirados com o município. Tudo muito organizado, as escolas muito bonitas, os postos de saúde limpos, a população satisfeita com a prefeitura. Realmente ficamos com inveja daquela próspera cidade a oeste de São Paulo.


Aí na última segunda-feira o CQC, programa da TV Bandeirantes, exibe reportagem que mostra o desvio de uma televisão doada para a casa de um funcionário da prefeitura. Quem não assistiu ainda é só colocar "CQC Barueri" no Youtube que acha, não coloco os links aqui porque são vários. O caso é que ao saber da matéria, o prefeito Rubens Furlan entrou na justiça para proibir a sua veiculação. E conseguiu por uma semana.

Por causa disso, Danilo Gentilli foi até Barueri novamente para conversar com Furlan e saber qual a causa daquela censura. E foi aí que eu fiquei surpreso. Sem o menor pudor o prefeito começou a ofender os integrantes do programa, falar que tudo aquilo era idiotice, que eles eram babacas, entre outras coisas. Sinceramente não esperava uma reação dessas por parte dele.

Ficou claro que o desvio foi feito já na escola que recebeu a doação. Nem mesmo o secretário de ensino, irmão do prefeito, poderia saber o que aconteceu. Mas no lugar de conversar pacificamente, o chefe do executivo barueriense perdeu a linha e deu a entender que tivesse relação com o caso, sem falar que ficou parecendo que o que ocorreu é normal e não havia motivos para reclamar.

Triste ver como até mesmo em uma cidade que me surpreendeu pela aparente boa administração, casos como esse sejam comuns.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Messi, Rooney e outros fantasmas

A Copa do Mundo está chegando. E como eu gosto muito de futebol, fico cada vez mais ansioso. Os campeonatos europeus estão chegando ao fim, as seleções em breve já estarão convocadas. Minhas atenções estão voltadas aos jogadores que devem ser os destaques do torneio.

Sem dúvida o argentino Lionel Messi é um deles. Nos últimos três jogos fez oito gols, sendo pelo menos quatro golaços. O meia do Barcelona é o principal artilheiro da temporada na Europa, com 34 gols. Na última quarta estava vendo o jogo do Barça quando o Messi fez um dos gols e o Renato falou: ele faz gol de videogame. É verdade, a facilidade que ele tem para driblar adversários, chutar em gol e marcar é impressionante. É um dos que me fazem acreditar que a Copa do Mundo vai ser difícil para o Brasil.



Outro que vem impressionando é o atacante Wayne Rooney, do Manchester United. Está atrás apenas de Messi na artilharia da temporada, fez 33 gols, e tem sido tão decisivo quanto Cristiano Ronaldo era para os Diabos Vermelhos. É verdade que o Brasil venceu a Inglaterra recentemente sem muitos sustos, mas não acredito que na África do Sul será do mesmo jeito.

O mais assustador é que olho para o Brasil e só quem vive boa fase são os jogadores de defesa. Júlio César, Lúcio, Daniel Alves. Os principais nomes estão meio apagados. Kaká está em baixa, Luís Fabiano voltando de contusão, o Robinho precisou voltar ao Brasil para poder jogar, o Adriano teve uma recaída e o Ronaldinho Gaúcho, o único que vem fazendo boas atuações, não é convocado pelo Dunga.



Só o que me tranquiliza é que a camisa amarela quando entra no Mundial funciona como aquela água que o Michael Jordan dá para os Looney Toones no filme Space Jam. Os brasileiros acham o seu melhor futebol e fica difícil segurar. Faltam 80 dias para a Copa do Mundo!!!

sábado, 20 de março de 2010

Greve? Eu chamo de vadiagem

Ontem o sindicato dos professores da rede pública do Estado de São Paulo promoveu um ato público na Avenida Paulista. O objetivo era fazer uma assembleia para definir se a greve continua. E ela vai prosseguir, mesmo com os grevistas sabendo que já tiveram o aumento pedido sem nem sequer ter havido a necessidade de paralisação. Poucas pessoas aderiram à greve e ela ficou taxada pelos especialistas como política.

No ano passado, eu e mais dois amigos, Ernesto e Renato, fizemos um blog só de brincadeira, o Ame-o ou Deixe-o (http://ameooudeixeo.blogspot.com). Nele escrevíamos com pseudônimos dos generais da ditadura e tínhamos com mote principal o nacionalismo. Era um pouco exagerado, mas muito do que escrevemos lá tinha um pouco do que realmente pensávamos.

Naquela época a greve era dos bancários. Eu nunca fui muito a favor desse tipo de manifestação, então escrevi sobre o assunto. Apesar de ter sido em setembro do ano passado, acredito que as minhas palavras ainda são atuais:

A greve dos Correios atrapalhou muita gente nos últimos dias. Em São Paulo os cidadãos também sofreram com a paralisação da Guarda Civil Metropolitana e agora têm o serviço dos bancários parado.

A começar pelos carteiros e guardas. A contratação para essas funções é feita por concurso, ou seja, antes de ser admitido, o sujeito sabe muito bem qual vai ser o seu salário, a carga horária, o tipo de trabalho a ser executado e as condições do mesmo. Portanto qual é a justificativa da greve? Melhores salários? Se você acha o valor do pagamento pequeno, por que se candidatou à vaga? Se você acredita que as condições de trabalho são ruins, por que se candidatou à vaga? Não há justificativa plausível para uma greve, você já imaginou se uma garçonete dissesse ao seu patrão que não vai mais trabalhar porque ela acredita que não tem boas condições pra efetuar sua função, já que a bandeja está torta?

Pois é isso que fazem os grevistas no Brasil e no mundo. Alegam absurdos para não trabalhar. O caso dos bancários também é ridículo. Qualquer trabalhador honesto, quando não está contente, simplesmente procura outro emprego, e não se recusa a trabalhar.

Concordo que a lei deve dar algumas vantagens para o trabalhador, afinal de contas um empregado satisfeito produz mais. Mas não se pode legalizar a vadiagem!

Em tempo. O Renato também tem seu próprio blog - http://ideiasderenato.blogspot.com.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Minha velha infância

Nos últimos dias tenho arrumado as coisas aqui em casa, como já citei antes. Ontem encontrei o álbum de figurinhas da Copa do Mundo de 2006. Sim eu sei que o título do post é Minha velha infância. Esse livro me fez lembrar todos os outros álbuns que eu colecionei, de campeonatos paulista, brasileiro, outras copas, lembro muito bem que tinha uns cards do campeonato italiano, eram tão legais que vinham em italiano mesmo. Eu e meu irmão usávamos os atributos de cada jogador para brincar de Super Trunfo.

Hoje encontrei fotos das festas escolares do meu irmão de 11 anos de quando ele era uma inocente criança de quatro, cinco anos. Elas me fizeram lembrar do meu tempo de criancinha. Ainda encontrei uma revista falando de todas as inovações que o incrível Neo-Geo iria implantar no mundo dos videogames.

Aí me lembrei de um exercício da faculdade que era um texto sobre a minha rua, que segue abaixo:

Eu fui o que se chama de menino de apartamento. Minha infância foi toda vivida naqueles poucos metros quadrados de área de lazer. A piscina, o salão de jogos, a quadra poliesportiva e, é claro, o playground.

Mesmo com as comodidades do prédio, a minha maior alegria era ir para o sítio de algum colega. Já que meus pais não possuíam um, a saída era visitar o dos amigos. Foi lá que eu aprendi a subir em árvores, roubar frutas do pé, matar sapo ou rato, entre tantas outras atividades das crianças que brincavam nas ruas aquela época. Isso me fazia um pouco menos “extraterrestre” quando ia para a casa de alguém e tinha que brincar na rua, pois eu não tinha aquela malícia que eles tinham.
É cada vez mais comum meninos e meninas crescerem em apartamentos. As grandes avenidas e o aumento da violência não permitem mais que vejamos crianças brincando nas ruas dos bairros. Não existe mais o futebol com traves de chinelo, a rede de vôlei amarrada nos postes, a brincadeira de pique-esconde, o jogo de taco que sempre para quando passa um carro.

Em nome de um bem-estar dos pequenos e dos adultos, condomínios como o meu são construídos em escalas maiores que as casas. Mas será mesmo que é melhor viver em um prédio com apartamentos espaçosos, com living room, fitness room, espaço gourmet, lan house e tantas outras modernidades?

Hoje eu continuo morando no mesmo prédio da minha infância. A quadra está toda rachada e com as traves enferrujadas, a piscina só serve para os “mais velhos”, que ficam bebendo cerveja e ouvindo som alto, não tem mais aquela agitação de antigamente. Não vejo os campeonatos de futebol, o pega-pega na piscina, as brincadeiras com baralho ou jogos de tabuleiro da minha infância. As crianças estão fadadas a ficarem em seus quartos, sozinhas teclando com os amigos que moram na mesma rua, no mesmo prédio, e que estão sempre ocupados demais para conversar pessoalmente. E eu que achava ruim ser menino de apartamento...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Feliz Dia de São Patrício!

Hoje é o Saint Patrick´s Day. Quem me conhece sabe que esse é o único dia no ano que eu tomo cerveja. Mas quem foi São Patrício?

O homenageado de hoje foi escravo, conseguiu fugir e virou padre. Ele foi o responsável por tirar todas as cobras da Irlanda (mesmo com todos sabendo que nunca existiu cobra por lá), criou a confissão individual - antes a confissão para o padre era feita em grupos, dá pra imaginar? - e usou o trevo de três folhas, um dos símbolos da Irlanda, para explicar a Santíssima Trindade do Catolicismo.

Ou seja, ao meu ver ele não fez nada de muito especial. Porém ele é tratado como uma lenda pelos irlandeses e seus descendentes no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos e Austrália. Para se ter uma ideia, a igreja que serve de sede da Arquidiocese de Nova Iorque é a catedral de São Patrício.

Mas porque as pessoas vestem verde e enchem a cara de cerveja no dia 17 de março? São Patrício é também o padroeiro da Irlanda e em seu dia deve-se comemorar praticando os costumes de sua terra. O verde é uma cor que eles acreditam que traz sorte, assim como o trevo, e a cerveja, bem, a cerveja... Não dá para fazer festa com a garganta seca né!

So let´s have some beer!!!

terça-feira, 16 de março de 2010

O Flamengo parece um antro de marginais...

Nenhum outro time registra tantos jogadores com problemas sociais quanto o Flamengo.

Esse texto não é meu. Vi no blog do Marco Aurélio D´Eça por indicação do @kibeloco. Não sei quem é esse cara, mas acho que tem um pouco de razão no que disse, mesmo sendo tão radical e incluindo até a presidente do Flamengo. Segue o texto dele na íntegra:

O centro-avante Adriano é um cachaceiro marginal e descontrolado, protegido pela mídia flamenguista e financiada por quem quer vê-lo na Copa.
Wagner Love é marginal mesmo – no sentido social do termo - destes que participam de festas com traficantes e acham normal a convivência.
O goleiro Bruno se revela um marido brutamontes, agressor de mulher e farrista inveterado, com as declarações bisonhas que deu à mídia.
wagnerlove1Além deles, vários jogadores rubro-negros participam de farras e bebedeiras antes, depois e até durante os jogos do Flamengo.
Nenhum outro time de futebol no Brasil abriga tanta gente desajustada quanto o Flamengo – marginais no sentido amplo da palavra, aqueles que vivem, por exclusão ou opção, à margem da sociedade organizada e civilizada.


brunoAté os dirigentes do clube – incluindo a atual presidente – têm o sotaque da gíria malandra carioca, de gente que gosta de bagaceira e festança baixo nível.
Este é o Flamengo, parece  um antro de marginais.
Movidos, no mínimo, pela ausência de bom senso, os donos da Choppana, em São Luís, resolveram abrir a casa para acompanhamento compatrilhado de torcidas durante os jogos.
FLAMEN~1Os vascaínos disseram não à idéia estapafúrdia e procuraram outro local para se concentrar e fazer a festa do futebol.
Porque sabem ganhar e perder com a mesma educação.
Não dá para compartilhar o mesmo espaço em ambientes públicos com flamenguistas – jogadores ou torcedores.
É pedir por agressão…

A arte de estar desempregado

Estou sem trabalho já faz três meses e meio. No início era legal, eu estava a apenas um mês de tirar férias, então foi bom para descansar, ainda mais no final do ano. Porém quando chegou o ano novo passou a incomodar. Hoje está insuportável.

O principal para o desempregado é saber como ocupar o seu tempo. Ele precisa criar uma rotina e tarefas para não ficar parado. No meu caso, eu acordo, sempre entre nove e dez horas da manhã (sei que é um pouco tarde, mas se acordar mais cedo fico com muito tempo ocioso), ligo o computador, vejo as notícias, converso com minha namorada e amigos por MSN, procuro vagas de emprego e dou uma olhada nas redes sociais que participo. Após isso já está na hora do almoço.

Então ligo a televisão e assisto ao SPTV, Globo Esporte e Jornal Ontem (que um dia vai ser tema de post). Quando tenho muita paciência continuo na Globo e vejo o Video Show, mas não dura cinco minutos minha paciência e eu decido fazer outra coisa. Há um tempo era fácil encontrar algo para fazer, tinha sempre alguma coisa relacionada à minha demissão para resolver, mas essas coisas também acabaram.

Agora costumo sair para pedalar sem rumo, com o único objetivo de fazer o tempo passar, coisa que tem funcionado. O melhor disso é que posso pensar em coisas, mas ainda não pensei em nada. Essa página é mais uma tentativa de fazer a hora passar, e acho que está funcionando. Pretendo usar ele para dar utilidade ao meu diploma de jornalista, mesmo sabendo que o pessoal lá do Supremo acha que ele não serve para nada.

Tarefas domésticas também auxiliam nessa árdua missão. Lavar a louça, limpar o quarto, passar roupa, entre outras coisas são extremamente chatas, mas proporcionalmente úteis. Certo dia fiquei duas horas apenas redobrando minhas camisas do Palmeiras e colocando de volta na gaveta.

Portanto, você que está no trabalho, reclamando que não tem tempo de nada, que seu chefe só te dá mais trabalho, pense como seria ter tanto tempo que não sobra mais nada para fazer. E o pior, você não tem nem um salário para reclamar que está trabalhando demais e ganhando de menos.

Se alguma boa alma se sensibilizar com a minha situação e quiser me ajudar, eu estou muito afim de trabalhar, é só me chamar!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Não é real, é comercial

Eu gosto muito de ver os comerciais e ficar imaginando se tudo aquilo fosse verdade. Aí agora vi o comercial de lançamento da Coca-Cola Light Plus, que é uma versão do refrigerante em lata de energético. Um rapaz, depois de tomar um gole de Coca, sobe na esteira que transporta as bagagens no aeroporto, invade uma área restrita e volta com a sua mala sob aplausos de todos que esperam suas coisas.

Aí eu me pergunto: e se fosse no aeroporto de Nova Iorque? Será que ele voltaria vivo para casa?

No Brasil provavelmente seria chamado de ladrão e no lugar de aplausos receberia uma surra da multidão enraivecida pela cara-de-pau do sujeito que não pode esperar chegar sua bagagem.

Segue o link da propaganda, se não viu ainda, assista e tire suas conclusões - http://www.youtube.com/watch?v=JqBunXMqLJk

Pedala Robinho!

Não, o texto não é sobre o jogo do Palmeiras contra o Santos. É claro que foi muito bacana ver aquela molecada arrogante levar uma piaba dentro da Vila Belmiro, mas vou escrever sobre outra coisa.
Sexta-feira eu saí, como quase todo dia faço, para dar uma volta de bicicleta. Só que eu estava especialmente animado aquele dia, então resolvi pedalar bastante. Saí da minha casa, no Tucuruvi e fui rumo a zona leste de São Paulo, utilizando como caminho a Rodovia Fernão Dias, chegando até a Avenida Educador Paulo Freire, Ponte Aricanduva e aquele viaduto que eu não sei o nome mas que é enorme, começa logo após a ponte e acaba na Radial Leste na região da Penha.
Quando pensei nesse trajeto achei uma boa ideia, mas depois percebi que foi um grande engano. Nunca, e eu reforço, NUNCA tente pedalar naquele viaduto, é simplesmente impossível! Digo mais: nem de moto eu me arriscaria ali. As pistas são muito estreitas e a quantidade de caminhões é enorme, portanto não sobra espaço na pista para nada maior que um Ka. E como a frota de carros paulistana vai muito além do compacto da Ford, eu fiquei literalmente espremido. Foram alguns minutos de preocupação, mas passei vivo e com a esperança de utilizar a ciclovia Caminho Verde, que acompanha a Radial Leste.
Outro equívoco meu. A ciclovia está muito mal-conservada. Além disso ela passa por baixo de alguns viadutos e em todos esses pontos eu vi pelo menos duas pessoas usando drogas. Ainda tem um trecho q é de mão única, nunca vi isso! Só passa uma bicicleta por vez, é muito estreito!
E a ciclovia não tem fim. Ou melhor, ela acaba, mas só dá para perceber isso quando pessoas que estão tranquilamente esperando um ônibus na estação Tatuapé te olham assustadas porque você passou com a bicicleta por elas.
Aí comecei a pedalar na Radial Leste e outra vez vi como a coisa tá feia para quem usa a bike como transporte. Um motorista de ônibus conseguiu me fechar três vezes, sendo que em todas eu estava bem visível e numa velocidade parecida com a dele, ou seja, ambos estavam lentos. Felizmente eu tenho experiência nisso, entao não sofri muito com o desrespeito do profissional, mas imagino quem pouco sai de bicicleta e resolve sair do Carrão e ir até o centro. Quando precisar sair da ciclovia corre sério risco.
Eu já escrevi e falei muito sobre isso com quem me conhece então não vou me alongar. Só queria dizer, e isso é um protesto mudo, que pensassem que não basta fazer ciclovias, elas não podem estar em todas as ruas, então é necessária uma conscientização dos profissionais do volante, sejam caminhoneiros, taxistas, motoristas de ônibus e semelhantes. Eles têm que entender que o lugar da bicicleta é na rua e que eles são responsáveis pela integridade do ciclista, senão vai continuar morrendo gente no trânsito por imperícia das pessoas.